Pesquisas Monográficas

O DESTINO DOS EXPOSTOS: TRAJETÓRIA SOCIAL DE CRIANÇAS ABANDONADAS EM MARIANA, 1800-1839
CÍNTIA FERREIRA ARAÚJO. 2002. “O DESTINO DOS EXPOSTOS: TRAJETÓRIA SOCIAL DE CRIANÇAS ABANDONADAS EM MARIANA, 1800-1839.” Instituto de Ciências Humanas e Sociais/UFOP, Pp. 0-50.Abstract
Monografia de Bacharelado, em História Social, apoiada na metodologia
demográfica que analisa o destino de crianças abandonadas (expostas ou
enjeitadas), em Mariana entre 1800 a 1839. Procuramos analisar, principalmente,
o destino das crianças após completarem o sétimo aniversário, quando, segundo a
legislação, findava o auxílio pago pela Câmara Municipal as criadeiras. E, as
crianças, a partir de então, deveriam ser responsáveis pelo próprio sustento.
O estudo desse tema procura analisar o exposto e o domicílio que o
acolheu, indicando se ele voltava ao circuito do abandono ou se passava a
pertencer à família criadeira, na forma de agregado. Essa análise nos permitiu,
dessa maneira, investigar as formas de exploração do trabalho infantil no Brasil
do século XIX.
Com os dados levantados, constatamos que o abandono consistia em uma
forma de ruptura familiar e que, a morte, era o destino mais provável da maioria
das crianças enjeitadas. O pequeno grupo que conseguia resistir à alta taxa de
mortalidade, e sobreviver aos sete anos, acabava por se integrar às famílias
criadeiras, ou em outras famílias, na forma de agregado, constituindo parte
importante da força de trabalho dos domicílios. O abandono de crianças
funcionou como um dos mecanismos sociais que levava à multiplicação de
agregados nas sociedades coloniais.
 
VIOLÊNCIA NOS SERTÕES MINEIROS: A QUADRILHA DA MANTIQUEIRA E A QUESTÃO DOS HOMENS POBRES LIVRES
Rodrigo Leonardo Sousa de Oíiveira. 2002. “VIOLÊNCIA NOS SERTÕES MINEIROS: A QUADRILHA DA MANTIQUEIRA E A QUESTÃO DOS HOMENS POBRES LIVRES.” Instituto de Ciências Humanas e Sociais/UFOP, Pp. 0-89.Abstract
Este trabalho objetiva, fundamentalmente, a partir do estudo do “bando da
Mantiqueira”, dissertar sobre a questão extremamente complexa dos homens pobres
livres residentes na capitania mineira, fundamentalmente os ciganos. Pretende-se,
por meio de bases documentais e bibliográficas, relacionar a pobreza verificada nas
Minas colonial com a crescente criminalidade verificada nessa região.
A medida que essa pesquisa foi sendo desenvolvida, percebeu-se que o
bando da Mantiqueira foi, sem dúvida, a maior quadrilha de vulto existente na
capitania mineira e que era composto por homens pobres livres, como mestiços
carijós e ciganos. Por meio da análise da ação desses salteadores e demais
estudos complementares, como a análise comparativa com os modos de ação de
quilombolas mineiros, pode-se compreender como eram os modos de vidados
homens pobres livres nas Minas setecentista.
Esses indivíduos, vítimas do processo de exclusão econômica decorrente,
dentre outros fatores, do regimento das Datas minerais, viviam precariamente,
moravam e se alimentavam mal, não possuindo boas expectativas de vida. Daí,
muitos deles se entregarem à criminalidade como um meio de sobrevivência.
Portanto, pretende-se partir da premissa, já elaborada por outros autores,
como Laura de Mello e Souza, de que a pobreza e a miséria nas Minas foi
propiciada pelo injusto processo económico estabelecido entre Portugal e sua
colônia, com destaque para a capitania mineira.
 
ARTES, OFÍCIOS E ESCRAVIDÃO VILA RICA E MARIANA NO SÉCULO XVIII
ADERLAINE PATRÍCIA DE SOUZA. 2003. “ARTES, OFÍCIOS E ESCRAVIDÃO VILA RICA E MARIANA NO SÉCULO XVIII.” Instituto de Ciências Humanas e Sociais/UFOP, Pp. 0-57.Abstract
Monografia de Bacharelado em História Social que analisa as relações escravistas
inerentes ao ambiente urbano mineiro no século XVIII através da inserção e do papel da
mão-de-obra escrava nas artes e ofícios mecânicos. Diante de um quadro
econômico diversificado em Minas Gerais, as artes e ofícios configuram como uma
possível alternativa à alocação de escravos no mercado de trabalho face ao déficit no
setor minerador. Por obter um valor mais elevado no mercado, a especialização do
escravo era uma boa opção de investimento para seus senhores, ao mesmo tempo em
que abria melhores oportunidades ao cativo para a conquista de sua liberdade.
 
O ESTADO SEGUNDO A VISÃO DE THOMAS HOBBES
CAROLINA NOVAES CAIXETA. 2003. “O ESTADO SEGUNDO A VISÃO DE THOMAS HOBBES.” Instituto de Ciências Humanas e Sociais/UFOP, Pp. 0-53.Abstract
Esta Monografia de Bacharelado em História propõe discutir a possível necessidade que o homem moderno e contemporâneo tem de se integrar a alguma organização política e social, sob a perspectiva teórica de Thomas Hobbes. O tema que propomos discutir se norteará pela obra de Hobbes, Leviatã. Na visão de Hobbes, o estado surge como uma instituição que assegura uma dada restrição à liberdade que cada indivíduo impõe a si mesmo, dentro de uma coletividade, como maneira de cessar o estado de guerra de todos contra todos. O elemento desencadeador dessa restrição é a insegurança, que surge a partir do momento em que cada indivíduo não se encontra seguro com o próximo. As razões desse comportamento serão analisadas.
Pretende-se demonstrar que, apesar da sociedade moderna e contemporânea ser baseada em forte individualismo, a necessidade de tranquilidade e segurança públicas estimulam a busca de uma restrição coletiva ao pleno exercício da liberdade. No limite, os indivíduos poderão inclusive aceitar qualquer forma de governo e qualquer governante desde que a segurança de seus bens esteja garantida e eles não precisem aborrecer-se com os negócios comuns, como diria o Hobbes. 
A Introdução da Homeopatia em Mariana no século XIX
Cristina Rosana de Souza. 2003. “A Introdução da Homeopatia em Mariana no século XIX.” Instituto de Ciências Humanas e Sociais/UFOP, Pp. 0-62.Abstract
O presente trabalho visa demonstrar a introdução da homeopatia em Mariana no século XIX, através das Irmãs de caridade vicentínas vindas de Paris. Com isto, torna-se necessário explicitar a medicina da época, antes chamada de Arte de Curar 1, as técnicas utilizadas pelas Irmãs, o histórico do dispensário, hospital e colégio criado por elas. Como o tema central estudado segue o recorte da segunda metade do século XIX, é importante relatar sobre a questão da salubridade, as principais doenças e epidemias da segunda metade deste século, época de fundação do Colégio Providência. A metodologia que se utilizou foram as técnicas paleográfícas para a leitura da documentação sobre a salubridade, epidemias e política do século XIX, presentes no Arquivo da Cúria e Arquivo da Câmara de Mariana. Realizou-se a leitura das correspondências das Irmãs vicentinas que retratavam a relação entre a religiosidade e a medicina, como elas introduziram a Homeopatia nesta cidade, a leitura de bibliografia sobre História da Homeopatia, História da medicina e História urbana no Brasil. A conclusão foi que as Irmãs utilizavam em suas práticas médicas substâncias que eram matérias-primas para a produção de remédios homeopáticos e alopáticos e também plantas medicinais da cultura popular, apesar das restrições à estas práticas. Estes usos perduraram através das ordens religiosas, e através da população carente confiante nos cuidados médicos dados por elas, como é o caso da ordem das vícentinas e da população de Mariana.
 
A EMOP, SEUS EX-ALUNOS E SUAS MORADIAS ESTUDANTIS: Elementos para a construção de uma tradição (1930-1950)
DANIEL HENRIQUE DINIZ BARBOSA. 2003. “A EMOP, SEUS EX-ALUNOS E SUAS MORADIAS ESTUDANTIS: Elementos para a construção de uma tradição (1930-1950).” Instituto de Ciências Humanas e Sociais/UFOP, Pp. 0-142.Abstract
O presente trabalho se propõe a discutir como surgem algumas das tradições da Escola de Minas de Ouro Preto. Procura identificar como se constitui o passado das moradias estudantis; a reverência aos ex-alunos da Escola por parte dos estudantes atuais; como se constrói a personagem central da instituição, Claude Henri Gorceix; como surge uma série de práticas comuns aos estudantes da Escola -dentre as quais destacamos a aplicação de trotes nos alunos novatos - e; como se lembram os estudantes mais antigos do referido estabelecimento de suas vidas enquanto alunos do mesmo. Para isso, investiga os primórdios da Escola e aponta alguns de seus principais problemas durante os quase 130 anos de sua existência, priorizando, para tanto, a fonte oral e direcionando o foco da investigação para o período compreendido entre 1930 e 1940.
 
A PRODUÇÃO SOCIAL DA DESIGUALDADE: HIERARQUIZAÇÃO SOCIAL E ESTRATÉGIAS DE CLASSE NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE MINEIRA (MARIANA, 1701-1750)
DANIELE MÔNICA LIMA. 2003. “A PRODUÇÃO SOCIAL DA DESIGUALDADE: HIERARQUIZAÇÃO SOCIAL E ESTRATÉGIAS DE CLASSE NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE MINEIRA (MARIANA, 1701-1750).” Instituto de Ciências Humanas e Sociais/UFOP, Pp. 0-46.Abstract
Este trabalho tem como tema mais abrangente a análise das hierarquias sociais da capitania de Minas Gerais no período de 1701-1750, mais precisamente a freguesia de Mariana e seu termo. Escolhida por entendermos que esta representa uma trajetória que de certa forma sintetiza as possibilidades de evolução mineira, procuramos analisar as formas de produção da desigualdade, como ela surgia, se reiterava ou mesmo se aprofundava no momento de formação dessa sociedade. Tentamos destacar a composição das elites locais,
seus padrões de investimento, além de quais estratégias usadas para o sucesso ou não dessa classe. 
A ADMINISTRAÇÃO CARCERÁRIA DE MARIANA NO SÉCULO XIX (1830-1890)
ELIZABETH VALÉRIA ROUWE DE SOUZA. 2003. “A ADMINISTRAÇÃO CARCERÁRIA DE MARIANA NO SÉCULO XIX (1830-1890).” Instituto de Ciências Humanas e Sociais/UFOP, Pp. 0-93.Abstract
A presente monografia retrata a administração carcerária de Mariana no século XIX (1830-1890). Verificamos, através da documentação da Câmara municipal dessa cidade, que a maioria dos serviços prestados à cadeia neste período eram “terceirizados”, possibilitando uma economia aos cofres provinciais. Dessa forma, o fornecimento de alimento, vestuário, remédio e a limpeza e iluminação, assim como as reformas na prisão estavam nas “mãos de terceiros”. Isso trazia conseqüências críticas para os presos que viviam em um ambiente insalubre, com uma alimentação precária, doentes e cobertos por alguns trapos. Ao que parece, a condição do prisioneiro e o estado lastimável da cadeia eram uma característica marcante no século XIX, não apenas em Mariana, mas em outros locais como São José, São João del-Rei, Lavras e Rio Grande do Sul. O importante era manter a ordem, como estabelecia a Constituição brasileira de 1824 – os meios para esse fim não eram relevantes. 
A AMBÍGUA LIBERDADE: RIQUEZA E POBREZA ENTRE OS LIBERTOS DE MARIANA, 1750 -1800
RENATA ROMUALDO DIÓRIO. 2003. “A AMBÍGUA LIBERDADE: RIQUEZA E POBREZA ENTRE OS LIBERTOS DE MARIANA, 1750 -1800.” Instituto de Ciências Humanas e Sociais/UFOP, Pp. 0-52.Abstract
Monografia de Bacharelado em História Social que analisa as trajetórias sociais dos libertos de Mariana, no espaço urbano, entre os anos de 1751 a 1800. A presente monografia também pretende analisar a dinâmica social dos forros, além de verificar a ambiguidade que a conquista da “liberdade” implicava. Dessa forma, procuramos detectar o contingente de libertos que faleceu em Mariana, na segunda metade do século XVIII, através das informações contidas nos Registros de Óbitos do Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana. Essas informações foram classificadas em dois grupos; “forros pobres” e “senhores forros”. Além da sistematização dessas informações, percebemos, através desses registros, informações menos frequentes, mas que retratam as características ambíguas da vida dos forros, no momento da morte. Entre essas informações, as mais comuns são aquelas referentes aos casamentos entre forros, à indicação de sua forma de moradia (ser “agregado”, por exemplo) e ao falecimento de alguns deles na cadeia da cidade. Verificamos também a existência de testamentos, no qual se registrava a
forma de distribuição de bens e os rituais católicos envolvendo os sepultamentos.
 
COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE Considerações sobre o caso de Mariana
TAISE CAROLINA LINHARES SOARES. 2003. “COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE Considerações sobre o caso de Mariana.” Instituto de Ciências Humanas e Sociais/UFOP, Pp. 0-84.Abstract
O presente trabalho pretende discutir como se deu o processo de formação e a atuação das Comunidades Eclesiais de Base na cidade de Mariana - Minas Gerais, considerada atualmente um dos principais Arcebispados do país. Escolhemos, para isso, a análise do discurso oficial da Arquidiocese de Mariana, através de seu periódico O Arquidiocesano, no período de 1968 a 1978, em relação ao tema. 

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